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ANSIEDADE NORMAL X ANSIEDADE PATOLÓGICA

A ansiedade é uma reação que todo indivíduo experimenta diante de algumas situações do dia a dia, como falar em público, expectativa para datas importantes, entrevistas de emprego, vésperas de provas, exames de saúde entre outras. É natural sentir ansiedade antes de uma prova importante, entrevista de emprego ou um encontro com uma pessoa que não conhecemos ou que estamos apaixonados. No entanto, ela não pode ser em excesso e passar a atrapalhar a nossa vida.

Devido a pandemia e as questões da vida moderna, internet, excesso de informações, crises econômicas, e o cenário atual do mundo vem fazendo com que a ansiedade seja uma das questões que mais prejudica qualidade de vida das pessoas.

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a ansiedade afeta 18,6 milhões de brasileiros. Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde no final de 2020, detectou que 86,5% dos indivíduos pesquisados apresentavam sintomas de ansiedade em excesso. E que houve um aumento de 38% no uso de medicamentos tarjados.

Os índices de ansiedade geral aumentaram significativamente nos últimos 50 anos. Com a intensificação da globalização e a competição econômica, a segurança no emprego diminuiu, as pessoas não possuem mais tanta segurança econômica como antigamente.

Além disso, ao longo do último século, nossos laços com outras pessoas passaram a ser menos estáveis e previsíveis. O divórcio é muito mais comum, e as famílias estão divididas e espalhadas. As pessoas estão mais isoladas de seus vizinhos. Cada vez mais pessoas vivem sozinhas.

Em conjunto a isso, a economia nos oferece um número cada vez maior de opções de compra, sendo reforçado por uma infinidade de anúncios na TV, internet e rede sociais que demonstram o quanto nossas vidas seriam prazerosas se comprássemos os produtos certos, as comidas certas, as roupas certas. Quanto mais ligados estivermos em uma vasta rede de consumo, mais solitários nos sentiremos.

Assim, tornamos -nos cada vez menos contentes, perguntando a nós mesmos se nossas escolhas foram corretas. Nossos padrões de beleza, nossas expectativas de sucesso e nossa demanda por uma felicidade contínua e incansável nos deixam insatisfeitos com um mundo no qual ficamos cada vez mais  gordos por comermos comida rápida de má qualidade, ficamos cada vez mais acomodados e sedentários, devido a facilidade dos utensílios domésticos que nos poupam da movimentação física, um mundo em que nosso tempo para lazer é cada vez mais esvaziado devido as redes sociais, onde vemos a felicidade alheia e buscamos ajuda e receitas milagrosas em busca de um sentido e de felicidade.

E juntamente com todo esse panorama, ainda temos o estresse do dia a dia, a realização de várias atividades ao mesmo tempo, as preocupações em relação ao futuro, o excesso de pensamentos, as dúvidas e incertezas que nos assolam diariamente que vão se acumulando, e quando menos percebemos temos uma crise de ansiedade.

Por isso que temos que ter cuidado, e saber a hora de procurar ajuda, e/ou mudar o nosso estilo de vida, visto que quando a ansiedade está em excesso, ela pode nos controlar, destruir nossa sensação de prazer e causar problemas à nossa saúde e ao nosso bem-estar.

Compreender os fatores biológicos, históricos e psicológicos que estão por trás da ansiedade são fundamentais para entendê-la, e assim mudar a nossa visão sobre a ansiedade, e mudar a forma como reagimos a ela.

A ansiedade é uma reação natural do corpo, precisamos da ansiedade para viver e realizar as tarefas do dia a dia. Ela é estado emocional complexo, ligado ao nosso sistema de vigilância (luta/fuga) e está relacionado a antecipação de ameaça futura, ou seja, nosso organismo se prepara para um perigo futuro e/ou comportamentos de cautela ou esquiva. Está sempre orientada para o futuro, e governada pela ideia “E se?”

Para fazer diferenciação entre Ansiedade Normal x Ansiedade Patológica, precisamos entender qual a diferença entre o Medo e a Ansiedade.

O medo é com mais frequência associado a períodos de excitabilidade aumentada, necessária para luta ou fuga, pensamentos de perigo imediato e comportamentos direcionados a escapar de alguma situação. Voltando um pouco no tempo, vamos pensar em nossos ancestrais. Eles viviam em um mundo repleto de perigos reais que ameaçavam suas vidas: predadores, fome, necessidade de sobrevivência. As qualidades necessárias para evitar o perigo foram as qualidades desenvolvidas em nós pela evolução. O medo tinha a função de proteger; tínhamos de estar atentos. Esses medos eram adaptativos – de fato, instintos de sobrevivência, provenientes de tempos primitivos. O medo é a resposta emocional à ameaça iminente real ou percebida. Já a ansiedade é a antecipação de ameaça futura, é uma reação normal do corpo diante de eventos futuros, é uma preparação para o que pode vir a acontecer, aumentando a chance de sobrevivência.

Dessa forma, a ansiedade é parte de nossa herança biológica, é um tipo de adaptação evolutiva que o ser humano possui. Nosso sistema nervoso foi adaptado num sistema de luta-fuga, ou seja, quando sentimos que estamos em perigo, o nosso organismo começa a dar sinais de que alguma coisa não está bem, e precisamos agir rápido, ou seja lutar ou fugir. E nosso corpo se prepara apresentando várias manifestações físicas para agir.

Às vezes sentimos vários sintomas físicos, permeados de sintomas psicológicos da ansiedade, e nem sempre é fácil identificar se é ansiedade mesmo ou algo diferente. Muitas pessoas, por talvez sentir no início da crise apenas os sintomas físicos como taquicardia, dificuldade para respirar e dores no peito, acreditam que estão tendo um ataque cardíaco ou até mesmo um AVC. Contudo, algumas pessoas vivenciam esta reação de forma mais frequente e intensa, que pode ser considerada patológica e comprometer a saúde emocional.

O próximo ponto a entender é que, por não mais vivermos naquele mundo primitivo, os medos que trouxemos dele não são mais adaptativos. Os desafios que encontramos em nossas vidas são bastante diferentes daqueles que nossos ancestrais encontravam nas florestas. Ainda assim, nossos cérebros continuam a funcionar como se nada tivesse mudado. Somos dominados pelo instinto de correr de uma onça faminta quando o que temos diante de nós pode ser apenas um cachorro latindo.

O que acontece hoje, é que não temos mais uma ameaça física, mas sim imaginária do que pode vir acontecer conosco. Somos capazes de imaginar o que as outras pessoas pensam de nós e sobre como isso pode ter um impacto sobre nosso sucesso futuro. Podemos nos perguntar se ofendemos alguém na semana passada. Podemos ficar preocupados por não estarmos preparados, por termos cometido erros e por termos deixado de fazer alguma coisa.

Quando somos dominados pela ansiedade, nossa mente parece funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana, jamais descansando. Não conseguimos desligar o processo de pensamento. Ele simplesmente gera cada vez mais ansiedade, como uma máquina cujo botão liga/desliga está sempre ligado. A mente não para de tagarelar mesmo quando queremos dormir, relaxar ou simplesmente não fazer nada. Indagamos o sentido da vida, o fantasma da morte, as opiniões dos outros e queremos saber se temos a roupa certa para a festa de amanhã. Não há, de fato, fim para a lista de coisas que podem causar ansiedade. 

No entanto, há limite para essa ansiedade. Aliás, muitas vezes é uma linha tênue entre o transtorno e a ansiedade comum. O sinal de alerta deve ser quando um pequeno evento do dia a dia causa uma ansiedade desproporcional, e passa a prejudicar o nosso desempenho, nossa rotina, a nossa vida como um todo.

Assim, a ansiedade normal é aquela do dia a dia, que nos faz acordar no horário, que nos movimenta para realizar a nossa rotina, que nos prepara para uma prova ou uma reunião importante. Já a ansiedade patológica, ou em excesso que pode vir a ser um transtorno de ansiedade, é aquela que causa prejuízos na vida, em que não conseguimos realizar as atividades rotineiras, provocando prejuízos na vida, tanto de quem sofre quanto na vida das pessoas ao redor.

Entender qual o papel que a ansiedade desempenha em nossa vida, compreendê-la e superá-la, não a eliminar completamente, pois, tal meta não é realista. Nós podemos aprender a neutralizá-la, controlá-la, saber lidar com ela para que ela não controle a nossa vida, restringindo nossa saúde e liberdade e nos deixando paralisados

Os principais sintomas que podem estar relacionados a transtornos de ansiedade, e merecem atenção:

Enxergar perigo em tudo;

Apetite desregulado;

Alterações de sono;

Tensão Muscular;

Medo de falar em público;

Preocupações em excesso;

Ficar sempre próximo de ataques de nervos;

Medos irracionais;

Inquietação constante;

Sintomas físicos;

Pensamentos obsessivos;

Perfeccionismo;

Problemas digestivos

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O espaço terapêutico é uma oportunidade para você expor e elaborar aquilo que está te incomodando, as necessidades e demandas do momento e assim te proporcionar um caminho para o autoconhecimento e construção de estratégias mais funcionais para o seu bem-estar.

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